segunda-feira, 4 de maio de 2015

DIA 01 - ITUPEVA, VALINHOS E VINHEDO - 60 KM

Aproveitando o feriado do dia 01/05/2015, decidimos fazer três, dos quatro dias, da rota 'Circuito das Frutas'. Abortamos uns trechos mais próximos de Jundiaí, para aproveitar outros de cidades mais interioranas. Com isso, iniciamos em Itupeva e terminamos em Jarinu. 

Começamos nossa sexta-feira bem animados e partimos às 05h30. Fomos buscar nosso querido amigo Luiz (mais conhecido como Fuia) que nos levou e foi buscar no último dia, visto que o início e término eram em lugares distintos.


Paramos para fazer nosso desjejum no Sukão, na castelinho e após seguimos viagem.



Chegamos em Itupeva às 07h30.


E logo começamos a ver placas sinalizando o famoso Circuito das Frutas. 


Seguimos até a Estação de Trem Monte Serrat, que fica na Rua Vicente Tonoli, logo após o supermercado do bairro.



Partimos em direção ao primeiro ponto de referência, Estação do Quilombo. Após alguns quilômetros em asfalto, adentramos a estrada de terra e seguimos margeando o Rio Jundiaí.






Aqui encontramos vários ciclistas pelo caminho, alguns de Jundiaí, outros de Campinas. Em aproximadamente 6 km, chegamos ao famoso restaurante Quilombo, muito conhecido por ser ponto de encontro dos muitos ciclistas da região. 



O caminho seguia em frente mas decidimos entrar a direita e passar a ponte, para conhecer o Restaurante Quilombo. 



Tivemos o prazer de conhecemos o Sr. e Sra. Ravelli, que aguardavam seu grupo para um treino. Conversamos um pouco sobre corridas e falamos sobre o recente e trágico acidente de nossa querida amiga Sandra Beu. Eles nos contaram sobre um prêmio que criaram em sua homenagem, o que me deixou muito emocionada! 


Após nossa conversa, fomos questionados por eles onde iríamos a seguir. Comentei que iríamos em frente, seguindo o antigo mapa do Circuito das Frutas. No entanto, fomos aconselhados por eles a não fazer isso, visto que o caminho citado passaria próximo a algumas 'comunidades'. Nos disseram que, há pouco tempo, houveram alguns roubos de bike's por lá e, para evitar passar ali, podíamos seguir em direção a Gruta Quilombo, onde sairíamos mais a frente deste lugar em questão. Confiando na orientação deles, fizemos exatamente o sugerido. 


Não nos arrependemos em nada pois o caminho era muito bonito!




Saímos na mesma estrada que estávamos a pouco, só que mais a frente ('cortamos' uns 8 km do caminho original). Quando paramos para uma foto passou um ciclista e parou conversar conosco.



Fernando mora em Vinhedo e gosta muito de cicloviajar, como nós dois. Hoje decidiu sair sozinho para fazer um 'treino'. Comentamos que fizemos o atalho, para evitar as comunidades, e novamente Fernando afirma que o local é mesmo perigoso e não é tão bonito como o caminho que fizemos a pouco.  

Contentes pela decisão, seguimos em frente. O caminho aqui ainda possui muitas antigas setas amarelas, que facilitam bastante sua sequência. 

Logo, chegamos a fazenda Capim Fino e fomos 'docilmente' enxotados pelo cãozinho da propriedade. 




Seguimos por uma estrada em mata fechada, muito bonita. 


Após, a estrada foi ficando aberta e continuamos subindo. 


Vi muitas pedrinhas semelhante as que minha querida amiga Edna usa para fazer artesanatos mas, desta vez, não pude levar... afinal, serão 3 dias pedalando. Mas lembrei de você, minha querida!


Conforme subíamos, as paisagens nos enchiam a visão!




Após alguns quilômetros, decidimos parar em meio a uma subidinha, numa sombra, para comer umas barrinhas. (Sem suplementos, né Dorgivan!)


Chegamos a Fazenda Santa Tereza do Alto, um lugar com uma vista muito bonita. 






Pouco antes de chegar nesta grande plantação, fomos 'atacados' por alguns cães. Para quem não sabe, andar de bike é um prato cheio para tais ataques. Mas, a psicologia deles é bem simples... se não houver competição não tem graça, por isso, a forma mais sensata de lidar com tais situações é descer da bike e ignorá-los. Imediatamente eles costumam se afastar. Embora saibamos disso, nesta hora, decidimos correr. Como era óbvio, eles correram atrás de nós até que não tínhamos mais gás. Assim que paramos de correr, feito dois retardados, eles também pararam e voltaram para casa. Tivemos um ataque de risos e assim que nos restabelecemos seguimos em frente. 

Aqui ficou meio confuso, pois a trilha parecia seguir para o meio da plantação. Ficamos na dúvida mas seguimos em frente. 




Até gostei, pois o cenário era bem bonito! Logo avistamos uma placa e concluímos que estávamos indo bem! Na sequencia, fomos novamente atacados por alguns cachorros, que também desistiram ao descermos da bike. (segundo ataque do dia)


Após alguns quilômetros, consulto no google earth nossa rota (GPS), e descubro que saímos do caminho. Podíamos até tentar continuar mas havia uma subida monstra a nossa frente e, por isso, decidimos voltar e tentar achar o caminho certo. 

Ao voltar, descobrimos que o 'caminho certo' seguia dentro de uma propriedade privada. Nesta hora paramos e começamos avaliar a situação. Filipe não queria entrar... quanto a mim, olho atentamente ao GPS e não vejo outra alternativa, a não ser que voltemos e enfrentemos a subida mostra... por isso, convenço a ele de seguirmos propriedade adentro... digo que, no máximo, teremos que voltar se não der certo. Após nossa conversa, decidimos seguir... 

A primeira porteira não possuía cerca em volta, o que nos deixou de consciência mais 'tranquila'... mas, após alguns metros, havia outra porteira desta vez cercada, que tivemos que pular. 


Olha a cara de mau humor da pessoa, pulando a cerca contrariado, rs.


Depois disso, saímos no meio de um pasto, meio devastado... havia um gado por ali. Só tive coragem de seguir, porque não havia nenhum 'chifrudinho' pastando. Olhei a nossa frente outra porteira, uns 500m de distância,  e comento com o Filipe: 'O GPS está nos mandando pra lá. Basta corrermos, o mais rápido possível, e acho que voltaremos a uma estrada'. Abaixamos a cabeça e pedalamos como dois doidos. Ao passarmos pela porteira realmente saímos em uma estrada. Mais tranquilos, seguimos viagem. 


O caminho a seguir é muito bonito!




Eu achava que já estávamos fora da propriedade mas, após uma leve subidinha, passamos por uma nova porteira e ai descobrimos que estávamos na propriedade de Santa Gertrudes. Desculpem-nos pessoal... não danificamos ou mexemos em nada, apenas passamos, ok? rs


Assim que saímos, vejo que há um banquinho na sombra. Sugiro que paremos para almoçar. Aliás, olha qual a nossa base de alimentação, 'by almoço', durante uma cicloviagem. 


Assim que terminamos nosso grã almoço, recolhemos todo o lixo que fizemos, guardamos no alforge e seguimos em frente. Na sequência, encontramos com um casal venezuelanos, simpaticíssimos! Eles portavam um mapa que achei o máximo e pretendo adquirir em breve: http://www.kalapalo.com.br/index.php/trilhas/guia-de-trilhas-enciclopedia-vol-5-mtb/socorro-3/ 

Trocamos umas informações e seguimos em frente. 


A seguir, atravessamos uma rodovia e seguimos por outra estrada de terra. Perdi as contas de quantas vezes fomos atacados por cachorros, de todas as raças e tamanhos... eu não costumo ter medo, a não ser que seja um rottweiler ou pit bull, por achar que o comportamento de tais cães seja um tanto imprevisível... em certo momento, vejo um rottweiler dentro de um portão... ele deu dois latidos e seguiu a direita, em direção a cerca. Percorro meus olhos na cerca e percebo que eram apenas 3 linhas de arame farpado, com uma vegetação conhecida como cerca viva... neste momento sou aterrorizada por um pensamento: 'Será que ele consegue sair por algum lugar'? Quando termino o pensamento, ele pula na frente de minha bike. Foi o tempo de tirar meu pé, da direção dele, e soltar um grito horripilante. Não tenho certeza se foi minha 'cara' ou meu grito que o assustou (creio ter sido meu grito)...  do jeito que ele veio para a rua, voltou para a cerca, quase na mesma velocidade. Rimos e seguimos em frente. 

Na sequência, em uma pequena subidinha, sinto um estalo na corrente e pedalo em falso... olho para baixo e percebo que a corrente acaba de arrebentar. Frio na barriga 'master'... estamos há quilômetros da cidade. Olho para o Filipe e pergunto se ele está com a chave e o 'aperto rápido' de corrente, que me responde afirmativamente com a cabeça... em 10 minutos ela estava consertada. Meu marido é o máximo!





Até agora não havíamos visto nenhuma fruta... estávamos até meio decepcionado pensando em alterar o nome do circuito para 'Rota dos Cachorros'... fazia mais sentido para nós! Mas enfim, encontramos a primeira plantação de goiabas. Pena que ainda estavam verdes. 




Após isso, nos perdemos novamente. Andamos para trás e para frente algumas vezes, olhando a rota na planilha, o GPS, mas não encontrávamos a entrada. Em dado momento, vimos a seta apontando uma trilha tomada de mato. Dei uns passos a frente, conferi e disse ao Filipe que ali eu não iria entrar! Ele deu uma olhada e disse que era possível passar ali, só que sobre a bike! Afinal, com todo aquele mato, era perigo ter insetos e cobras. Ele subiu na bike e, com toda habilidade de trilhas que tem, seguiu em frente. Morrendo de medo fiz o mesmo. 


Não era possível ver por onde a roda passava... Só me sentia mais tranquila por saber que estava com Filipe e ele parecia estar se divertindo pra caramba... conseguia ouvir as risadinhas dele. Após uns metros ele grita: 'Tem uma pessoa indo pela trilha lá na frente, vamos alcançá-lo.' Ele soltou os freios e o alcançou. Eu acabei ficando um pouco para trás, pois andava bem lentamente, até que a vegetação abriu um pouco, desci da bike e praticamente corri atrás deles. Quando consegui me aproximar, pergunto ao rapaz: 'Você sabe onde vamos sair?' Ele sorri, percebendo minha cara de medo, e diz que sairemos há alguns quilômetros da rodovia... estávamos na direção certa! Acompanhamos nosso novo 'anjo do mato' e saímos em uma estrada asfaltada. 


Meu coração parecia que sairia pela boca, de tanta adrenalina que senti. Maridão estava bem tranquilo, com ar de divertimento. Antes de nos conhecermos, esta era a 'praia' dele, vivia em trilhas de MTB, pelas montanhas em Portugal. Agora, teve que mudar seu estilo de radical para 'cicloviajante'. Acho que sente falta de umas loucuras, vez por outra. 

Seguimos em frente, até a rodovia para a entrada de Valinhos. 




A planilha e o GPS nos mandavam seguir até o Lar São Joaquim, em Valinhos. Dali, voltaríamos até a prefeitura e seguiríamos para o Mosteiro de São Bento, em Vinhedo. Parei e expliquei o caminho ao Filipe. Acabamos por concluir que devíamos pegar um atalho e ir direto ao Mosteiro, pois teríamos bastante subida até lá. No meio do caminho maridão disse: 'Amor, estou com uma fome como não me lembro ter sentido alguma vez na vida! Podemos parar a fim de comer algo?' Comecei a rir pelo brilhante comentário dele... normalmente sou eu quem sinto fome, muito antes dele. Assim que chegamos na Av. Independência, em Vinhedo, paramos em um posto para comer e beber algo. 


Alimentados, seguimos pelas ladeiras da cidade até a parte mais alta, na Estrada do Observatório. Ali encontram-se dois famosos monumentos: Mosteiro de São Bento e o Cristo Rei, com uma visão espetacular da cidade! 

Mosteiro de São Bento - Construído em 1958, para servir como morada dos Monges, possui uma arquitetura bem moderna e arrojada. 




Cristo Rei - Inaugurado em 1976, em um ponto estratégico da cidade, a réplica do Cristo Redentor permite uma visão privilegiada de toda a cidade de Vinhedo. (aberto a visitação o 24h)




Fomos muito bem recebidos por este casal, aqui no monumento, nos dando dicas valiosas sobre onde comer ou dormir. Comentaram que, recentemente, abriu um hotel na cidade e estava com um preço promocional de R$ 65,00. Mal pude acreditar, afinal, antes de vir, havia ligado para alguns lugares, mas estavam todos em torno de R$ 200,00. O único problema é que eles não sabiam o nome ou endereço do local. Sugeriram que perguntássemos a alguém perto da matriz. Fizemos exatamente isso. 

Ao seguir para a cidade, passamos na antiga estação ferroviária de Vinhedo que infelizmente, como muitas outras, está abandonada.


E chegamos na matriz.


Ali, perguntamos para uma, duas, três, várias pessoas e todos nos diziam o mesmo: 'Imagina, aqui não existe hotel barato! Vão ter de pagar em torno de R$ 250,00 reais, se quiserem dormir aqui!'. Comecei a ficar triste! Isso era quase o valor todo que pretendia gastar na viagem... seguimos perguntando, andando de um lado para outro, indo a todos os lugares possível, de hotel a motel, e nada. Já havia anoitecido e paramos para colocar as lanternas, visto que estávamos próximos da estrada. Conversamos e decidimos voltar a cidade seguindo a uma segunda opção sugerida pelo casal, no monumento. Pagaríamos mais caro já que não havia outra opção. Cabisbaixos, seguimos de volta ao centro da cidade quando de repente somos abordados por um senhor, dentro de um carro. Ele nos pergunta: 'Onde estão indo?' Respondemos que estamos tentando achar um lugar para dormir. Ele nos diz: 'Se quiserem, podem me seguir que eu levo vocês até a pousada de um amigo... acho que vão gostar!' Olhamos um para o outro e decidimos aceitar sua oferta. Após uns 2 km, chegamos a pousada e adivinhem: era exatamente a pousada que procurávamos, de R$ 65,00. Caímos na risada e não parávamos de agradecer o Sr. Wilson Prado, que gentilmente nos trouxe até aqui. Ele nos contou que também é ciclista e achou muito estranho um casal, a noite, perambulando pela cidade e, por isso, decidiu nos ajudar.  


Hamilton, dono do Hostel, contou-nos que era o último quarto vago... nos apresentou o local e nos deu todas as instruções inclusive sugerindo uma churrascaria Floripa, para o jantar. Fomos muito bem atendidos e comemos até 'cair para o lado', como diz meu marido, ao som de um violeiro tocando moda antiga. Que jantar perfeito!




Após o jantar, seguimos para o Hostel a fim de descansar para seguir viagem amanha.

Obrigada vida!

Hostel Urban Pods (*** Super recomendado ***)
Rua Santa Cruz, 158 - Centro - Vinhedo
19-9.9969.6599 / 3876-1231


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